Amplo, dinâmico e com perspectiva de crescimento, o mercado pet foi destaque em 2021 e deve seguir aquecido no próximo ano. Não à toa, gigantes do setor têm se movimentado para conquistar espaço nos quase 50 milhões de domicílios com cães e gatos, segundo o IBGE.
A expectativa inicial de faturamento para 2021 era de R$ 46,5 bilhões, mas uma revisão no primeiro semestre aumentou a estimativa para R$ 49,9 bilhões. Se isso se confirmar, o faturamento anual de 2021 será 22,5% maior do que o de 2020. Os dados finais devem ser compilados no início de 2022.
Neste sentido, o grande motor do mercado pet segue sendo o segmento Pet Food (produção de alimentos para animais de estimação), que registrou faturamento de R$ 26,8 bilhões só em 2021, de acordo com o levantamento do Instituto Pet Brasil (IPB).
Esse crescimento do mercado pet brasileiro também pode ser sentido no exterior. Apesar de ter caído de 4.º para 7.º lugar no ranking global de faturamento entre 2019 e 2020, o Brasil deve subir ao 6.º lugar em 2021, segundo a Euromonitor International.
Impacto da pandemia no mercado pet
Ainda que a projeção do Instituto Pet Brasil (IPB) tenha apontado a liderança do setor de alimentação na composição do faturamento do mercado pet em 2021, outros setores também têm crescido e ganhado destaque. A venda de animais e de produtos veterinários, por exemplo, estão entre os setores mais promissores.
De acordo com o IPB, o número de animais de estimação adotados nas capitais da região Sudeste cresceu 50% durante a pandemia, alavancando os gastos com produtos pet. Segundo pesquisa do banco digital Nubank, o número de pessoas que gasta com isso cresceu 73,1% em 2020, comprovando a boa fase do mercado.
Por outro lado, o abandono de animais também vêm crescendo, diferentemente do que ocorreu no início da pandemia. A AMPARA Animal, que atua nesta causa, registrou aumento de 70% no número de animais abandonados em 2021, em comparação aos anos anteriores.
E-commerce de produtos pet já é realidade
O cenário da pandemia já mudou bastante, mas é impossível ignorar o estímulo que o isolamento social imposto pelo coronavírus trouxe ao mercado pet. Mesmo com os pet shops sendo classificados como serviço essencial em algumas regiões, muitos tutores optaram pela praticidade da internet para repor o estoque.
O consumo de produtos pet em lojas virtuais já vinha aumentando nos últimos anos (entre 2019 e 2020, por exemplo, o crescimento foi de 25%), mas explodiu durante a pandemia. Ainda que muitas famílias ainda prefiram pet shops físicos, clínicas e hospitais veterinários, essa é uma opção que certamente veio para ficar.
De acordo com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABcomm), todas as as vendas online feitas no Brasil em 2020 movimentaram cerca de R$ 2 bilhões. No caso do mercado pet, o mesmo levantamento apontou que, naquele ano, ele tinha o 11.º maior ticket (valor médio gasto) entre as vendas online.
O meio digital é tão promissor para o mercado pet que grandes empresas do setor têm recebido investimento externo para expandirem suas operações. Em abril de 2021, a rede varejista Cobasi recebeu aporte de R$ 300 milhões para, entre outros objetivos, “reforçar a atuação da rede nos canais digitais e de serviços”.
Perspectivas e apostas para 2022
A compra da plataforma PetAnjo pela rede Cobasi e a fusão da PetLove com a DogHero, que aconteceram em 2021, fazem da prestação de serviços uma das grandes tendências do mercado pet neste ano.
A PetAnjo é uma plataforma de intermediação de serviços para pets (dog walker, babá, hospedagem e day care). De funcionamento semelhante, a DogHero possui 25 mil prestadores de serviços (incluindo cuidadores, passeadores e pet sitters), que serão incorporados pela PetLove a partir da fusão.
Ainda na área de prestação de serviços, a oferta de convênio médico para pets é outra tendência para 2022, assim como serviços de terapia alternativa (acupuntura e até fitoterapia). Além disso, apostar na digitalização da oferta de alguns serviços também pode ser uma boa ideia diante das possibilidades abertas pela tecnologia.
Entre os produtos, os chamados “brinquedos inteligentes” ou “brinquedos interativos” também surgem como tendência. Com eles, o pet pode se divertir e conseguir petiscos de forma estimulante e criativa, em um único acessório. Sem dúvida, uma excelente opção para oferecer na sua loja em 2022.
Outra boa oportunidade para 2022 é aumentar a divulgação de seu negócio pet, já que a adoção de animais de estimação aumentou consideravelmente na pandemia. Segundo dados do Radar Pet 2021, 76% dos gatos adquiridos no período foram adotados e 42% dos cães que ganharam um novo lar não tinham dono.
Texto: André Derviche
Edição: Julio Simões