Vamos supor que você esteja interessado em abrir um pet shop. Empolgado, você fecha os olhos e já imagina o lugar cheio de clientes circulando entre prateleiras repletas de produtos variados, dispostos a comprar e fazer o seu negócio crescer. O que você ainda não sabe é que, antes de viver essa realidade, é preciso planejamento e estudo. Para te ajudar compartilhamos o que você precisa fazer para ter o seu pet shop de sucesso.
Neste fantástico artigo você vai conferir:
- A “papelada” necessária para montar o seu pet shop
- Como escolher o mix de produtos
- Check-list antes de abrir o seu pet
- Controle de estoque e fluxo de caixa
- Como montar um pet shop online
Qual a “papelada” necessária para abrir um pet shop?
Um dos obstáculos para abrir um pet shop é a burocracia.
Preparamos uma lista dos documentos e licenças necessários para montar um pet shop (e ainda indicar onde você deve ir para conseguir toda essa papelada). Lembrando que o recomendado é sempre tratar dessas questões em conjunto com um escritório de contabilidade ou especialistas nas áreas, e que a legislação descrita abaixo pode sofrer alterações. Vamos nessa?
CONSULTA COMERCIAL
Antes de iniciar o processo de registro da empresa, recomenda-se procurar a Prefeitura Municipal (ou a secretaria responsável pelo urbanismo da cidade) para verificar se é permitido o funcionamento da atividade que se deseja no endereço escolhido para a abertura da empresa.
REGISTRO DE MARCA
Em seguida, vá até uma Junta Comercial, Cartório ou procure o Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) e verifique se já existe alguma empresa com o mesmo nome que você pretende colocar na sua loja – se não houver, registre-a. A mesma coisa vale para a internet: se a ideia é ter um site e/ou uma página nas redes sociais para sua empresa, pesquise antes no Google e no Registro.br (órgão responsável pelo registro de domínios no Brasil) se já existe alguma marca igual. Se a URL (endereço web) estiver vago, não perca tempo: registre. É barato e pode te ajudar muito no futuro.
CNPJ, CONTRATO SOCIAL e MEI
A formalização da sua empresa e a consequente emissão do CNPJ será realizada pela Receita Federal. Se você tem um ou mais sócios, precisa antes validar um Contrato Social na Junta Comercial. Se a sociedade for simples, esse registro pode ser realizado em um Cartório de Registro das Pessoas Físicas. Nos dois casos, serão verificados os antecedentes dos sócios ou do empresário junto a Receita, por meio de pesquisas do CPF. Depois da abertura do CNPJ, é necessário encontrar o melhor regime tributário a se enquadrar – é muito comum empresas de pequeno porte aderirem ao Simples Nacional, porém o ideal é sempre consultar um especialista para fornecer a melhor indicação.
Outra possibilidade é registrar-se como Microempreendedor Individual (MEI). O processo pode ser feito pela internet e os impostos são cobrados em uma única fatura mensal de aproximadamente R$ 50. Por outro lado, como MEI, você não pode ter sócios nem outro CNPJ e não poderá faturar mais do que R$ 81 mil/ano (R$ 6.750/mês). Caso o faturamento ultrapasse estes limites, a empresa é taxada e enquadrada como microempresa.
Como MEI, o número da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) mais recomendado para a atividade de pet shop sem banho e tosa é o 4789-0/04. Para pet shops com banho e tosa, o mais próximo da atividade é o 9609-2/03. Clique aqui e confira a lista completa dos códigos CNAEs permitidos para o MEI (é possível escolher vários, desde que um único como atividade primária e todos os outros como secundária). Para registrar-se como MEI, acesse o Portal do Empreendedor, clique em “Quero me formalizar” e siga as instruções da página.
INSCRIÇÃO ESTADUAL
Trata-se de um registro formal da sua empresa junto à Receita estadual e é importante porque permite o pagamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS), obrigatório para toda empresa que queira comprar ou vender produtos e oferecer serviços em território nacional. Em geral, o registro pode ser conseguido pela internet, junto com o CNPJ (caso da inscrição MEI), mas é aconselhável consultar seu contador ou procurar a Secretaria da Fazenda do seu estado para se informar melhor sobre como é o procedimento na sua cidade.
ALVARÁ DE LICENÇA E VISTORIA DOS BOMBEIROS
É um documento fundamental para abrir o seu pet shop, pois garante que a empresa poderá desenvolver suas atividades no local escolhido. Por isso mesmo, antes de concedê-lo, a Prefeitura solicita à Vigilância Sanitária que faça uma inspeção no local, seguindo a Resolução RDC nº 216/2004, do Ministério da Saúde e da Anvisa.
Também é necessário procurar o Corpo de Bombeiros, que fará vistoria para observar as condições de segurança do estabelecimento e, se estiver tudo OK, emitirá o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB). Como o tempo e o custo para conseguir esse documento varia de estado para estado, vale se informar diretamente com os Bombeiros da sua cidade.
MATRÍCULA NO INSS
É o documento que registra sua empresa na Seguridade Social, para que haja contribuição com a Previdência. Em geral, é feita simultaneamente ao registro da empresa no cadastro CNPJ. Para garantir que tudo ocorrerá dentro da normalidade, certifique-se disso quando for a Junta Comercial ou Cartório formalizar a sua empresa.
REGISTRO NO CONSELHO E RESPONSABILIDADE TÉCNICA
Além da formalização comum às outras empresas, pet shops precisam de alguns documentos específicos para operar. Neste sentido, a resolução mais importante é a número 1069/2014, que estabelece diretrizes gerais de responsabilidade técnica para garantir o bem estar animal em instalações adequadas e saudáveis.
A contratação de um médico veterinário também é imprescindível. Ele cuidará das condutas para armazenamento correto de alimentos, medicamentos e outros produtos, além de ser o responsável pelos critérios de higiene, o que é ainda mais delicado caso a loja ofereça banho e tosa. Por isso, o indicado é procurar o Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV) do seu estado e se informar de todos os procedimentos necessários.
No âmbito nacional, a regulação é feita através da portaria Nº 301/1996, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Entre as várias determinações, está a de que todo estabelecimento que comercialize produtos veterinários seja registrado no Departamento de Defesa Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA/MAPA).
Nessa portaria há também a relação de diretrizes para a venda de medicamentos veterinários, bem como a exigência de sistemas que previnam contaminação do meio ambiente em casos nos quais a manipulação de produtos ofereça riscos.
Por fim, existem também exigências locais obrigatórias para estabelecimentos comerciais, que podem ser variáveis entre estados e municípios. Na cidade de São Paulo, por exemplo, o varejo é obrigado a exibir placas informativas contra sonegação e fumo em lugar público, entre outras; além de dispor um exemplar do Código de Defesa do Consumidor para consulta dos clientes. Portanto, vale procurar o sindicato de lojistas da sua cidade para entender como funciona na sua região.
Olhando assim, parece muito complicado abrir um pet shop, não é mesmo? Talvez seja um pouco burocrático, mas pense: você quer abrir um negócio que dure por anos, não que seja fechado pela fiscalização ou por problemas na documentação. Então, dedique-se AGORA à formalização do seu negócio. É chato, mas necessário. Se precisar de ajuda, procure uma empresa ou profissional de contabilidade. Assim, no futuro, você só precisará se preocupar em atender a sua clientela cada vez melhor.
Com a “papelada” pronta, é hora de seguir com mais dicas para montar o seu pet shop. Confira!
MIX DE PRODUTOS PARA PET SHOP: COMO MONTAR?
Todo lojista sabe que a variedade de produtos para pets no mercado é cada vez maior. Como já falamos aqui, de cerveja a petiscos veganos, o que não faltam são novidades para agradar os pets e seus donos. Porém, na hora de escolher os produtos ideais para a sua loja, o que fazer? Muitos lojistas agem na tentativa e erro até encontrar um mix de produtos para Pet Shop que seja ideal. Porém, esse tipo de atitude, além de muito arriscada, costuma trazer prejuízos aos donos de Pet Shop.
Para evitar produtos parados no estoque e clientes insatisfeitos porque não encontraram o que buscavam, é preciso agir de forma estratégica. Documentação das vendas, pesquisa de mercado e coleta de dados são essenciais para montar um mix de produtos para Pet Shop atrativo. Para saber mais, não deixe de conferir o conteúdo abaixo!
COMO MONTAR UM MIX DE PRODUTOS PARA PET SHOP?
Todo pet shop deve contar com um mix de produtos bem segmentado para diferentes tipos de cliente. Isso faz com que a loja atraia mais consumidores e tenha mais abrangência no mercado.
O segredo do sucesso é encontrar um mix de produtos para Pet Shop que atenda aos diferentes perfis de clientes da sua loja e tenha uma boa demanda no mercado. Para fazer a seleção desses produtos não existe uma receita pronta. No entanto, algumas dicas podem ajudar!
1. CONHEÇA O SEU PERFIL DE PET SHOP
Os produtos que você oferece no seu Pet Shop precisam estar alinhados com a sua marca e com o estilo da sua loja. Hoje existem diferentes perfis de Pet Shops para diferentes públicos. Lojas focadas somente em cães, ou especializados em gatos, lojas que oferecem de tudo um pouco, enfim, existem diferentes perfis de Pet Shops hoje no mercado.
Para encontrar os itens ideais para o seu mix, é preciso que você trace um perfil do seu Pet Shop e avalie quais são os tipos de produtos que mais se encaixam com a sua marca.
2. ENTENDA QUEM É O SEU PÚBLICO-ALVO
Na hora de montar um mix de produtos para Pet Shop, muitos lojistas cometem os mesmos erros. O primeiro deles é escolher produtos com base no gosto pessoal, ou ainda, naquilo que o lojista acha que vai vender.
É preciso entender quem são seus clientes e quem é o seu público-alvo antes de montar um mix de produtos. A escolha de todos os itens deve ser baseada nas demandas e nos interesses desses consumidores e não nos do lojista.
Uma boa forma de conseguir essas informações, além de conversar com seus clientes, é realizar pesquisas. Você pode usar ferramentas gratuitas como o Google Forms, por exemplo, e enviar aos seus clientes. Para estimular a participação, ofereça descontos ou mesmo alguns pequenos mimos. Você consegue as informações que precisa e os clientes e ainda agrada o seu público. Acredite, muitas pessoas se engajam na hora de responder as pesquisas.
3. AVALIE MARGEM DE LUCRO, SAZONALIDADE E VALIDADE
Certamente, a demanda é um item que deve ser avaliado na escolha dos produtos do seu mix, porém, não é a única. Além de produtos que tenham uma boa demanda, o lojista também deve avaliar questões como a margem de lucro, sazonalidade e até validade. Produtos que têm uma baixa margem de lucro, por exemplo, não ajudam no crescimento do negócio. Da mesma forma, produtos sazonais e com validade curta podem trazer prejuízos grandes para o Pet Shop.
Infelizmente não existe uma “receita de bolo” para a escolha dos produtos. É preciso colocar tudo na ponta do lápis para então tomar boas decisões.
4. ANÁLISE DE CONCORRÊNCIA
Por fim, também é importante avaliar quais produtos estão sendo vendidos pela concorrência, para que o seu Pet Shop não se veja envolvido em nenhuma guerra de preços. O ideal é ter alguns produtos exclusivos, que só são encontrados na sua loja. Isso atrai clientes específicos, que ao gostarem da loja e do atendimento, acabam comprando outros produtos.
Tudo o que pode ser usado como isca para atrair clientes sempre é interessante. Porém, de novo, isso não deve ser um aspecto considerado isoladamente. Sempre avalie a demanda, sazonalidade, margem de lucro e demais questões antes de adquirir o produto.
5. ATENÇÃO AOS FORNECEDORES
A escolha do mix de produtos para Pet Shop também deve considerar o comportamento e a reputação dos fornecedores. Mais do que o produto em si, o lojista também deve avaliar se fornecedor oferece o atendimento que ele precisa, seja comprando acessórios, ração, medicamentos, entre outros produtos.
Lembre-se que toda vez que um cliente chega ao Pet Shop e não encontra um determinado produto, as chances de ele acabar trocando a sua loja pela concorrência são grandes. Ainda mais se estamos falando de produtos com consumo recorrente como rações ou medicamentos, por exemplo.
Ter o produto que o cliente quer sempre a sua disposição é um desafio. Porém, é uma meta que todo dono de Pet Shop deve ter se quiser fidelizar a clientela e construir um negócio lucrativo.
Na hora de montar seu mix de produtos procure tomar decisões baseadas em fatos e em dados. Muitos lojistas erram quando agem por impulso ou baseados na própria intuição. Ao adquirir seu mix de produtos para Pet Shop, procure organizar o estoque de forma estratégica, para que não falte, nem sobre produtos.
Uma dúvida comum entre os empreendedores que estão abrindo um Pet Shop é onde comprar ração para revenda. Geralmente, as grandes marcas de ração (Royal Canin, Premier, Pedigree, Hills, Special Dog, entre outras), trabalham de duas formas: venda direta ou através de distribuidores regionais. Confira no site de cada fabricante como comprar. Se a sua loja está situada no Estado de São Paulo recomendamos a leitura do artigo Fornecedores de Ração em São Paulo.
VAI ABRIR UM PET SHOP? FAÇA ESSE CHECK-LIST ANTES!
Se você gosta de bichos de estimação e acha que leva jeito para empreender, é bem provável que já tenha pensado em abrir um pet shop. No entanto, abrir uma empresa não é tão simples assim e uma verdade precisa ser dita antes que você dê o primeiro passo: ter ou gostar de animais não o credencia a ter um pet shop!
Em qualquer setor, empreender requer conhecimento profundo sobre o mercado onde você está se metendo e domínio de técnicas de gestão financeira e de pessoas, além de atenção à escolha do ponto comercial e resiliência para enfrentar a barreira da burocracia, entre outras dificuldades.
Confira o que você precisa ter em mente antes de começar a agir para abrir a sua loja.
10 coisas que você precisa estar atento antes de abrir um pet shop
PESQUISA DE MERCADO
Principais fontes consultadas: Sebrae, Fecomercio e sites dos Conselhos Regionais de Medicina Veterinária e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
